Chão Pisado | São Tomé e Príncipe
Fevereiro de dois mil e vinte e três, voámos até às ilhas de São Tomé e Príncipe. Estivemos 14 dias em terras vulcânicas atravessadas pela linha do Equador. Iniciámos a viagem em São Tomé, a ilha maior, onde estão seis dos sete distritos administrativos. Seguiu-se Príncipe, a ilha mais pequena. Fomos também ao Ilhéu das Rolas, que fica no extremo sul do arquipélago. Fotográfamos as Roças, antigas estruturas coloniais de produção agrícola, principalmente de cacau e café, em Diogo Vaz, Agostinho Neto, Monte Café, Saudade, Água Izé, Porto Alegre, São João de Angolares, Ribeira Peixe, Sundy. Também as praias de Micoló, Gamboa, Pesqueira, Burras, Piscina e os lugares de Santa Catarina, Cidade de São Tomé, Bairro da Boa Morte, Vila Malanza e Santo António.
Conhecíamos já os caminhos de terra batida que nos levaram às antigas senzalas, percorremos as largas estradas de pedra que nos mostraram a história. A vida que cada pessoa nos contou ajudou-nos a criar a ideia do próprio país. Ao fotografar construímos afetos, ligamo-nos às gentes dali, fizemos daquelas ilhas a terra que também passou a ser nossa. Registámos em imagem o desejo de regresso. Esta exposição mostra o chão pisado, o caminho que foi por nós trilhado na viagem, onde nem todo o chão é terra que virá a dar erva verde, mas que é alicerce de todo o resto que se ergue.
Autores
Violeta Lapa, Rui Miguel Santos, José Salgueiro Rego, António Quelhas, Luís Rocha, Tânia Araújo, Tânia Carmo, Tânia Barreira, Ana França, Margarida Louro, Sílvia Pessoa, Amélia Monteiro, Fátima Lopes, José Manuel Marques, Susana Timóteo.