Para a construção deste projecto, recorremos à história do projecto “Este Espaço que Habito”, tendo em conta as sugestões dos próprios jovens, na observação dos seus desejos e à ideia de continuidade da aprendizagem.
Sendo um projecto artístico que se propõe a apreender o real e a trabalhar as capacidades dos jovens, tem em si uma característica essencial da arte, a sua capacidade de transmitir significados pessoais humanos de realidade. Neste sentido, um fenómeno por nós observado prende-se com a cooperação dentro do grupo – e que pretendemos sedimentar – onde a relação entre pares e sobretudo o papel do outro assumem um papel determinante para o desenvolvimento do eu nestes adolescentes. Consideramos que os pares contribuem para o conhecimento e a validação do eu e que, através das atividades que com eles realizam, facilita-se a reflexão sobre si mesmo. Promove-se a aprendizagem sobre si próprio como sujeito e objecto, e sobre os outros também como indivíduos psicológicos. Os participantes são jovens entre os 14 e os 20 anos em cumprimento de medida tutelar de internamento, em centros educativos. Jovens na sua maioria oriundos de bairros e de comunidades problemáticas, em que a marginalidade e o abandono escolar é uma realidade.
Estes territórios “periféricos”, “críticos”, onde a crise a exclusão social se alimenta, mas também onde as comunidades marginalizadas procuram o seu sentido de pertença não apenas à cidade mas ao país e ao mundo. O projecto, realizado em contexto escolar formal, onde diversos destes jovens, antes do cumprimento da medida tutelar de ensino, começaram o seu percurso de exclusão, razão principal para a qual este projecto surge como um marco importante: aqui é onde o projecto tem de garantir que todos os jovens se percepcionam como competentes, para que não sintam que também este projecto os vai excluir.
Neste projecto pretende-se que os jovens explorem diferentes técnicas fotográficas, através de diferentes materiais fotográficos e de vídeo. Partindo de uma base técnica pretende-se que os jovens desenvolvam uma procura/descoberta da sua identidade e do espaço que os envolve, expressando-se através das imagens.
Centro Educativo da Bela Vista, Lisboa.
Centro Educativo Padre António Oliveira, Caxias.
Página Vimeo: https://vimeo.com/oquepodeumaimagemfalar
O Movimento de Expressão Fotográfica realiza este projecto em parceria com a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais – Ministério da Justiça e com o apoio financeiro do novobanco através da campanha Contas com Gestos que Contam*.
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